Fazendo o dever de casa.
No final dos anos 70, estava eu empregado em uma empresa do ramo petrolífero em Houston Texas. A empresa estava expandindo e contratando várias pessoas e junto comigo foi contratado um rapaz simpático de nome David.
Era o primeiro bom emprego de David.
Junto com a contratação vinha treinamento, carro empresarial e vários cartões de credito.
David ficou deslumbrado, e começou a usar tudo isto com afinco, e suas declarações de despesas para reembolso, começaram a ser retocadas para pagarem os excessos de gastos com festas e roupas além do que o salário permitia.
No começo os retoques eram dissimulados, mas como os gastos não paravam, os retoques foram mais e mais ousados e começou a dar na vista.
Um dia o nosso chefe me chamou e pediu para que eu falasse com o David sobre sua apresentação de despesas, pois estava tão mal feita que ele não poderia aprová-la.
Ele me disse:
“Roberto, você é amigo do David, e veja se conversa com ele sobre esta declaração de despesas, pois se eu falar com ele será para despedi-lo por justa causa. Ele já está abusando.”
Fui conversar com o David.
“David, o chefe me pediu para devolver estes relatórios de despesas que você apresentou do último mês, porque existem discrepâncias que ele não pode aprovar.”
David se mostrou indignado:
“Porque ele não me chamou? Isto está parecendo fofoca. Se ele não gostou de alguma coisa, em meu relatório, poderia ter retirado e aprovado o resto. Como é que eu vou pagar os cartões de crédito desta forma. Vai ficar tudo atrasado.”
Eu então disse:
“David, ele disse que não é por causa de alguma coisa, ele disse que todos os gastos estão grotescamente batizados, e que se ele fosse falar com você seria para despedi-lo por justa causa, pois você havia fornecido as provas do crime. Ele até gosta de você, mas não pode mais segurar a barra e me devolveu seu relatório para que você refaça tudo e dentro dos parâmetros empresariais que você conhece e que foi treinado para aplicar.”
David retrucou:
“Eu vou refazer tudo, vou entregar pessoalmente, junto com as faturas dos cartões, e vou pedir um aumento de salário porque não está dando para viver com esta miséria.”
David havia perdido a noção do valor e o deslumbramento do cargo havia anulado todo o bom senso lógico da realidade vivida, e ele estava vivendo em um mundo irreal, onde os seus excessos de gastos seriam compensados por relatórios batizados ou com aumento salarial, pois ele estava fazendo tudo certo, e necessitava destes relatórios aprovados ou um salário melhor para poder continuar a trabalhar na empresa.
O final deste relato já pode ser adivinhado por qualquer um, David perdeu o emprego.
E porque estou eu falando sobre isto?
Ouvindo a CBN ontem no caminho do trabalho, escutei a declaração do Ministro Mantega:
“Se não houver a aprovação da prorrogação da CPMF, vamos ter que aumentar a carga tributária de alguma outra forma, ou vamos ter de cortar os programas sociais”
Ao ouvir esta declaração, lembrei imediatamente do David.
O David estava tão deslumbrado com os gastos, a facilidade dos cartões, que nunca cogitou de que se fizesse algum ajuste nos seus gastos, se conseguisse gerenciar seus cartões, não perderia um bom emprego e viveria melhor.
O governo Lula, nuca levou em consideração, remanejar os gastos federais, a arrecadação de impostos aumentou 13% este ano, com um crescimento planejado de 4%. Ele dá uma declaração de que contratar pessoas desmedidamente será uma forma do Brasil crescer, e que as reformas podem esperar o bolo crescer e que os programas sociais são as prioridades, e devem continuar à custa da carga tributária maior do mundo e os serviços públicos e os investimentos estão entre os piores do mundo.
A CPMF é um imposto provisório, que afeta toda a economia, e que por ser em cascata, não tem limites e a cada ano está sugando mais e mais dinheiro da economia.
Se for aprovado por mais quatro anos, no final destes quatro anos irá custar aos brasileiros 120 bilhões por ano e aí sim vai ficar mais difícil governar sem este dinheiro.
Além de ser totalmente inconstitucional, pois tarifa também os movimentos financeiros feitos para pagar impostos, este imposto tira do Brasil a competitividade em um mundo globalizado.
Ao contrário do que o Ministro Mantega apregoa, não é um imposto pequeno não.
A CPMF, cobra imediatamente em nossa conta bancária, 0,38% de qualquer movimentação financeira, seja lá para qual fim se destine. Se retirar dinheiro para pagar imposto, se retirar dinheiro para dar esmola, paga-se 0,38%. Mas também ao comprar comida, o preço das comidas está acrescido deste imposto, e todo e qualquer gasto será acompanhado pelos 0,38% em cascata de cada movimentação do bem adquirido. O produtor paga e acresce, o estocador paga e acresce, o transportador paga e acresce o revendedor final paga e acresce e o comprador assalariado, apenas paga tudo sem poder acrescer ao seu salário os gastos com a CPMF. A média paga pelo consumidor final está entre 2,5% a 3%, dependendo do número de transações do produto comprado.
Isto é dez vezes mais do que o apregoado pelo ministro Mantega.
E Mantega tem educação formal na área econômica, e sabe bem que isto que estou escrevendo é a verdade.
Portanto, está apenas fingido não saber o tanto que este imposto onera o cidadão consumidor e o tanto que este imposto inibe o crescimento do Brasil.
A minha conclusão final é de que o Mantega é um deslavado mentiroso e cínico e deslumbrado com a facilidade de gastar o que não lhe pertence e como o meu amigo David, em vez de fazer o dever de casa e arrumar a economia para otimizar os gastos, prefere ir pedir a aprovação de mais gastos e um aumento salarial que o povo brasileiro não pode mais suportar.
Como meu amigo David, ele vai perder o emprego junto com o seu chefe o imbecil maior que quer subir impostos para contratar mais aspones que paguem mais dízimo ao PT.
Jogo de palavras:
Dizimo vem da palavra DEZ, e quer dizer a décima parte.
Na religião, seria uma obrigação de pagar o décimo dos ganhos para a igreja.
Também a palavra DIZIMAR, vem da palavra DEZ e significa matar um em cada dez soldados. Mas genericamente passou a significar destruir tudo.
Então o dízimo para sustentar o PT retirado dos salários dos aspones contratados pelo governo Lula, está dizimando a economia e impedindo o governo de fazer o seu dever e normalizar os gastos para não ser necessário tributar mais o sofrido povo brasileiro sem lhes dar nada em troco apenas as mentiras e bravatas sem nenhuma sustentação.
O único valor que consigo encontrar no MMM (Ministro Mantega Mentira) é mais um M (Marina).
3 Comentários »
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Com o fim dela o que mudou?
Comentário por RICARDO | 29 set 2008 |
Nossa! com uma exuberância dessa dificilmente teremos recessão em nosso país. Podem ficar sossegados, gaste à vontade, compre sem dó. A marina garante a balança sempre em ponto de equilíbrio…..e que equilíbrio.
Comentário por Roberto | 10 nov 2008 |
Bom dia!
Nossa! com uma exuberância dessa não haverá jamais recessão em nosso país. Comprem à vontade, gastem sem dó. A marina garante o equilíbrio da balança…e que equilíbrio.
Comentário por Roberto | 10 nov 2008 |