blog do Roberto Leite

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Celso outra vez…


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 Celso outra vez…

Eu já escrevi neste blog, alguns artigos sobre a morte de Celso Daniel.
Existem evidências de manipulação sobre o caso que dariam um filme de intriga muito bom.

corpo 1Além dos fatos apanhados na mídia, existem até fatos de conhecimento pessoal de minha parte que colocam o PT muito envolvido no assassinato de Celso Daniel.

Quando eu trabalhava em instalações telefônicas rurais, tinha entre meus clientes um ex-agente da PF.
Certo dia estando em manutenção em sua chácara, fui apresentado a um colega e parente dele, também agente da PF, que coordenou uma escuta telefônica que culminou com a prisão do juiz Rocha Mattos por venda de sentenças.
Processado na Operação Anaconda sob acusação de venda de sentenças, cumpriu pena de cinco anos no regime fechado e dois no semiaberto.

Durante esta investigação, e sem ordem judicial para tal, esta operação interceptou uma ligação telefônica entre o secretário de Celso Daniel, Gilberto de Carvalho e um interlocutor não identificado, em Brasília..

O timbre da voz parecia com a do José Dirceu, e o diálogo foi o seguinte segundo o agente da PF:GRandes obras 1

Gilberto de Carvalho falando:
-“ Estamos com um problema por aqui. Parece que o homem (Celso Daniel) vai mesmo denunciar o esquema por aqui.”
O interlocutor em Brasília:gilberto
-“ Isto não pode acontecer, faça o que tiver de fazer e pare com esta possibilidade.”

Dois dias depois deste diálogo o Celso Daniel estava morto.

Como relatei antes, esta escuta foi ilegal, pois não teve uma ordem judicial e foi relatado a mim por um agente muito sério porém sem nenhuma prova concreta.

Todo o processo deste caso teve interferência de autoridades e foi sempre conduzido com inúmeras suspeitas.

Agora meu irmão José me enviou este artigo que pode ser esclarecedor e que reproduzo na íntegra.

ipope 1Fantasma de Celso Daniel assombra companheiros
JOSÉ NÊUMANNE
O ESTADO DE S.PAULO – 27/08

Quem poderia imaginar que na quarta campanha presidencial posterior ao aparecimento do cadáver do prefeito de Santo André licenciado para coordenar o programa de governo da candidatura vitoriosa de Luiz Inácio da Silva, do PT, o fantasma de Celso Daniel deixaria o limbo para assombrar seus companheiros? E, pelo visto, o espírito vindo do além não se limitou a puxar o dedão do pé de uns e outros em sono solto, mas deixou-os a descoberto em pleno inverno. Para sorte deles, este inverno não tem sido tão gélido assim. Mas a alma é fria que só. E como é!seis por meia dúzia - 1

Sábado, em reportagem assinada por Andreza Matais, de Brasília, e Fausto Macedo, este jornal noticiou que a Polícia Federal (PF) apreendeu no escritório da contadora Meire Poza, que prestou serviços ao famigerado doleiro Alberto Youssef, contrato de empréstimo de R$ 6 milhões. O documento, assinado em outubro de 2004, reconhece dívida de tal valor, a ser paga em prestações em 2004 e 2005 pelas empresas Expresso Nova Santo André e Remar Agenciamento e Assessoria à credora, a 2S Participações Ltda. A primeira pertence a Ronan Maria Pinto, empresário do ABC e personagem do sequestro e morte de Celso Daniel, cujo cadáver foi encontrado no mato em Itapecerica da Serra em janeiro de 2002. A 2S pertencia ao publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, peculato e evasão de divisas a pena de 37 anos, quatro meses e seis dias e multa de R$ 3,062 milhões.

melancia1O elo encontrado pelos federais entre o assassinato do principal assessor de Lula na campanha presidencial de 2002, o escândalo de corrupção do mensalão e as denúncias apuradas na Operação Lava Jato, protagonizadas pelo doleiro acusado de lavar R$ 10 bilhões de dinheiro sujo, estava numa pasta identificada como “Enivaldo” e “Confidencial”. A PF supõe que este seja Enivaldo Quadrado, condenado no mensalão.

A investigação em que o juiz federal Sérgio Moro encontrou provas suficientes para mandar prender o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que substituiu Sérgio Gabrielli na presidência da empresa 24 vezes, apurou que a corretora Bônus Banval não era de Enivaldo Quadrado, mas, sim, de Alberto Youssef. Costa, que o ex-presidente Lula, conforme testemunhos citados no noticiário do escândalo, chamava de Paulinho e teria oferecido ajuda nas investigações em troca de alívio na pena (pelo visto, ele conta até com a eventual liberdade), tem sido motivo de aflição de gente poderosa na República, temendo que suas revelações cheguem a comprometer a realização das eleições gerais de outubro.

O que já se sabe sem sua ajuda é grave. E a entrada em cena do espectro de Celso Daniel – que não é Hamlet, mas já expôs parte considerável da podridão que reina nestes tristes trópicos -, se não alterar o calendário eleitoral, abalará significativamente a imagem de vários figurões que disputam o posto mais poderoso de nossa velha e combalida República. delação 1

Em depoimento ao Ministério Público (MP) em dezembro de 2012, também revelado pelo Estado, Valério, chamado pejorativamente de “carequinha” pelo delator Roberto Jefferson, seu colega no banco dos réus do mensalão, contou que dirigentes do PT lhe pediram R$ 6 milhões a serem destinados ao empresário Ronan Maria Pinto. Conforme o depoente, o dinheiro serviria para calar Ronan, que estaria chantageando Lula, o secretário da Presidência, Gilberto Carvalho, e o então chefe da Casa Civil de Lula, José Dirceu. Gilberto Carvalho, conforme se há de lembrar quem ainda não perdeu a memória, tinha sido secretário de Celso Daniel e foi acusado pelos irmãos deste de transportar malas com as propinas cobradas de empresários de ônibus em Santo André para Dirceu, à época presidente do PT.

de saida 1De acordo com a reportagem do Estado no sábado, há 20 meses “o PT não se manifestou oficialmente, mas dirigentes declararam que ele não merecia crédito”. Com a descoberta do documento, contudo, parte da versão de Valério – a que se refere à “dívida”, embora não se possa afirmar o mesmo em relação ao motivo desta – deve ter passado a merecer crédito, se não do PT, ao menos da PF. Crédito similar, por exemplo, ao dado pelo partido no poder federal ao chamado “operador do mensalão” quando o mineirinho emergiu como o gênio do esquema de distribuição de dinheiro, que o relator do processo no STF, Joaquim Barbosa, desvendou de maneira lógica e implacável.

O documento assinado por Valério nos papéis da contadora do doleiro acaba com qualquer dúvida, se é que alguém isento e de boa-fé possa ter tido alguma, de que nada há a imputar de político ou fictício à condenação de Dirceu, Valério, José Genoino e outros petistas de escol a viverem parte de sua vida no presídio da Papuda, em Brasília. Isso bastaria para lhe garantir a condição de histórico no combate à corrupção. Mais valor terá se inspirar o MP estadual a exigir da Polícia Civil paulista uma investigação mais atenta e competente sobre a morte de Daniel.gandhi 1

Ao expor a conexão entre o assassinato do prefeito, a compra de apoio ao governo Lula e a roubalheira desavergonhada na Petrobrás, a dívida contraída por Ronan põe em xeque todos quantos, entre os quais ministros do Supremo, retiraram a “formação de quadrilha” da lista de crimes cometidos por vários réus do mensalão. Negar a prática continuada por mais de dez anos de um delito em bando formado pelos mesmos personagens conotaria cinismo e até cumplicidade.

postes  1A delação de Paulo Roberto merecerá um prêmio, sim, se ele for capaz de informar quem são os verdadeiros chefões nos três delitos. Acreditar que possam ser um menor da favela, um publicitário obscuro e um doleiro emergente seria como nomear Papai Noel ministro dos Transportes.

13 set 2014 - Posted by | ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, AUTORITARISMO, ÉTICA, Crimes e emntiras, ELEIÇÕES, GOVERNO, História, POLÍTICA | , , , , , ,

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